Engravidei, e o meu peso?
Muitas mulheres sofrem com este medo de engordar. Para se ter uma gestação saudável a alimentação é um dos fatores primordiais para a saúde da mamãe e do bebê.
Pensando nisso entrevistamos a nossa nutricionista, Simone Getz para nos ajudar a esclarecer algumas dúvidas. “A boa alimentação depende de organização e planejamento”, explica.
1.Grávida pode fazer dieta?
Não. O objetivo da gestante é ter controle sobre o ganho de peso, ou seja, ganhar o necessário. As gestantes devem ter uma alimentação equilibrada, com todos nutrientes, por isso, nada de radicalismos ou exclusão de alimentos.
2.Qual é a média de peso ideal para a mulher engordar a cada trimestre da gestação?
Essa conta depende do peso pré-gestacional da mulher, ou seja, com que peso engravidou. Aí poderemos estimar o ganho ideal ao longo da gestação: mulheres que iniciam com sobrepeso precisam ganhar menos, mulheres com peso eutrófico (ideal) podem ganhar um pouco mais. Considerando isso, no primeiro trimestre o ganho médio fica entre 1 a 1,5 kg, quem apresenta obesidade não precisa ganhar nada. Nos meses seguintes, o ganho mensal médio deve ser de cerca 1 a 1,5 kg.
Lembrando, gestantes que já iniciem a gestação com sobrepeso ou obesidade devem ficar mais atentas.
3.O café da manhã é uma das principais refeições do dia. Para a mulher grávida existe uma refeição que pode ser considerada a principal também?
O café da manhã continua sendo muito importante, pois é a primeira refeição após várias horas de sono, portanto, de jejum. O almoço também é fundamental, deve ser bem equilibrado, com todos grupos alimentares inclusive, para que a mulher não tenha picos de fome exagerada de tarde e coma além do necessário, ou que escolha itens muitos açucarados, que é uma tendência.
4.Quais são os riscos para a saúde do bebê e da mamãe, caso a alimentação não seja feita de maneira saudável?
A mãe é a provedora de nutrientes para a formação e desenvolvimento do bebê ao longo desses 9 meses, sendo assim, o adequado fornecimento de tudo que o feto vai precisar depende do estado nutricional da mãe, consequentemente daquilo que ela come. A má alimentação pode propiciar o desenvolvimento de diabetes pré-gestacional, agravar quadros de constipação (muito comum) e principalmente reduzir o potencial de crescimento do bebê (baixo ganho de peso). Já sabemos que a alimentação adequada reduz as chances de obesidade na infância, melhora o desempenho cognitivo da criança e pode estar associada a uma menor incidência de doenças crônicas na idade adulta.
5.O que a mulher pode fazer para diferenciar fome e ansiedade, principalmente nos últimos meses de gestação?
Uma atitude pode ajudar muito, a organização da rotina. Fazer as refeições principais e lanches, equilibrados e a cada 3 horas, assim, quando bate uma “fominha” ela consegue ter uma atitude mais consciente, ou seja, avaliar se realmente é fome ou gula, pensar se deve comer ou não, o que comer, e a quantidade.
6.A prática de exercícios leves como a caminhada, é uma alternativa para ajudar no controle de peso?
Certamente, se feita com regularidade, não eventualmente.
7.Que dicas toda grávida pode seguir?
A boa alimentação depende de organização e planejamento. Para levar uma maçã de lanche, é preciso ir ao mercado, lavar a fruta, fazer uma “lancheira” pela manhã. Atitude.
São 9 meses em que as escolhas alimentares devem ser pensadas com cuidado, para que realmente sejam nutricionalmente boas. Por isso mesmo, atenção aos doces, que devem ser consumidos eventualmente e quantidade pequena.
Vale ressaltar que a mulher demanda maior quantidade de nutrientes durante a gestação.
Eu acho muito importante uma consulta nutricional no início da gestação e pelo menos nos trimestres seguintes, quando pode-se ajustar o consumo dos alimentos e nutrientes, o ganho de peso, sintomas diversos, e auxiliar a colocar tudo em prática.
Observe seus passos, acompanhe seu corpo e cuide muito bem desse momento tão especial. Esperamos que com essas dicas todas vocês tenham uma gravidez saudável e feliz!